Um breve olhar sobre a obra de Maquiavel
Assim como os pensamentos de Hobbes, Bodin e Bossuet o pensamento de Maquiavel foi de grande influência e suporte ideológico na construção do Estado absolutista. Maquiavel defendia a tese de que para chegar ao poder e nele se manter o príncipe deve utilizar de todos os meios necessários para atingir seus objetivos. Admite o uso da força para a obtenção de seus interesses, mas desde que usada racionalmente. Todos os obstáculos devem ser removidos, nem que seja necessário cometer assassinatos, traições e massacres. Para Maquiavel, a instituição do Estado deve pairar acima do interesse individual, interesse este, que deve ser sacrificado, se necessário, para o bem do Estado.
Segue abaixo um trecho da obra “O Príncipe” de Maquiavel:
“É melhor ser mais amado que temido, ou mais temido que amado? Idealmente, é preciso ser amado e temido, mas é difícil reunir os dois sentimentos. Se um dos dois precisa ser sacrificado, é mais seguro ser temido que amado. Geralmente, os homens são ingratos, desonestos, covardes e gananciosos. Enquanto são ajudados, obedecerão as ordens. Ofereceram a você seu sangue, seus bens, suas vidas e seus filhos quando parece que não tem necessidade de aceitá-los. Mas quando você tenta cobrar, frequentemente voltam atrás. Se um príncipe apoiou-se apenas na boa-fé de outros, estará arruinado. Os homens tem menos medo de ofender um príncipe que amam, que um que temem. Sentem-se livres para romper as obrigações que devem, por amor, sempre que seja útil fazê-lo. Mas farão seu dever se temem, pois a ameaça de castigo nunca deixa de fazê-los submeter-se.
Ainda um príncipe deveria ser cuidadoso ao tornar-se temido de tal maneira que se os homens não o amam, pelo menos não o odeiam. O medo e a ausência de ódio podem ser reunidos. Um príncipe pode conquistar os dois, enquanto não interferir com a propriedade de seus súditos ou com suas mulheres. Quando precisar tirar a vida de alguém, que deixe claras as razões para fazê-lo. Acima de tudo, não deve confiscar suas propriedades, pois os homens esqueceram mais facilmente a morte do pai que a perda de bens matérias.”
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