quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Júlio César: A expectativa de imperar

Partindo do princípio de que todo Império surge, chega ao seu auge, decai e por fim acaba, somos levados a recordar dos grandes Impérios da História da humanidade, Egito; a civilização das Pirâmides, Grécia; o berço do mundo ocidental e Roma, terra de Rômulo e Remo.
O Império Romano por sua vez, durou cerca de 1000 anos, podendo ser dividido em quatro longos períodos: Monarquia, República, Alto Império e Baixo Império. A história romana possui grandes personagens, porém é no período das crises da República que encontramos o nosso protagonista, Júlio César.
A crise social e a crescente importância do exército provocaram um grande período de instabilidade política na República. Dois grupos disputavam o poder: a antiga aristocracia patrícia, chefiada pelo general Sila, apoiado pelo Senado; e os novos ricos “cavaleiros”, que tinham no general Mário, de origem plebeia, o seu líder. Durante quase três décadas (107 a 79 a.C.) revezaram-se no poder, desgastando as instituições republicanas. Era evidente que cada vez mais o exército era o verdadeiro poder. Mas foi em 60 a.C. que o  vazio político foi preenchido por ditadores e triunviratos, Crasso, Pompeu e Júlio César.[1]
Caio Júlio César, general do exército, foi detentor de grande popularidade e apoiado pelas massas de clientes de Roma. Acabou por prevalecer, tornando-se por anos ditador.
Com o passar do tempo, Crasso que havia se juntado a Pompeu e César foi morto. Pompeu queria ter o poder nas mãos e César havia conquistado a Grália. Pompeu pressionou o Senado para que não confirmassem o governo à Júlio César sobre a Grália. A guerra civil reacendeu e Pompeu fugiu para o Egito onde foi morto pelo faraó Ptolomeu. Júlio César que estava perseguindo Pompeu ao chegar ao Egito fez-se reconhecer filho legítimo do deus Amon. Uniu-se a Cleópatra com a intenção de ter um filho que pudesse descender a monarquia egípcia.
De fato César já era senhor absoluto, porém ainda lhe faltava o reconhecimento do Senado. Júlio César queria ser rei. Aliou-se a Marco Antonio, para chegar à aclamação real.
Quando tudo parecia conspirar ao seu favor, levando-o a crer que seria proclamado imperador, pois era apoiado pela plebe, integrantes aristocráticos republicanos armam-lhe uma cilada em pleno Senado, matando-o em 44 a.C.
Morre o futuro Imperador de Roma. Aquele que almejou o reconhecimento soberano, o título de rei. Tinha o apoio da plebe, mas faltou-lhe a confirmação do Senado.
Após a Morte de Júlio César a plebe se revoltou, Marco Antonio aproveitou-se da situação para ganhar o povo, nasceu o 2° triunvirato, composto por Marco Antonio, Lépido e Otávio (sobrinho de César). Um tempo depois, Lépido foi afastado da política, pois era o mais fraco, Marco Antonio aliou-se a Cleópatra (sua amante), foi derrotado por Otávio e cometeu suicídio. Cleópatra tentou aliar-se a Otávio, mas foi em vão, também se suicidou. Otávio foi o vitorioso, tinha o apoio da plebe, do poderio econômico e do exército, o Senado estava enfraquecido, sem força alguma para não aclamá-lo o primeiro Imperador de Roma, em 27 a.C. o senhor absoluto é aclamado em cerimônia oficial, nascendo o seu Império.
Portanto, para nós admiradores de Júlio César fica a decepção de saber que “o grande imperador César”, de fato nunca chegou a conquistar o título almejado, teve mera expectativa de império, foi traído e morto antes mesmo de ser proclamado senhor absoluto. Seu próprio aliado, Marco Antonio, após sua morte não pensou duas vezes, e foi logo em busca de conquistar a plebe que o apoiava, além de tornar-se amante de Cleópatra. E por fim, quem realmente conquistou o esplendor do Império foi seu sobrinho, Otávio Augusto.

Referências Bibliográficas

BARBEIRO, Heródoto. História Geral. São Paulo: Editora Moderna, 1977. 
Mega Estudante Cidadão. São Paulo: Editora Rideel, 2005. 



[1] Mega Estudante Cidadão, A crise da República e a implantação do Império, pág. 29.

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